Trata-se de um caso que envolvia uma rapariga de 16 anos de idade que, segundo a Matrona e Professora, Talita Mate, a mesma teria saído de casa por “vontade própria”, e sem o consentimento da sua mãe, para se unir maritalmente com um jovem de 24 anos.
Sentindo a ausência da sua amiga e colega, Yucera Zandamela, tentou procurar saber junto da Mae da colega os motivos pelos quais a sua amiga não se fazia presente as aulas. “Quando a mãe me disse que ela estava no lar, decidi falar com o Clube para irmos a casa onde ela vivia com o “marido” e a família, para pedir que ela voltasse a escola, mas a família do “marido” negou. Pedimos apoio das matronas, e juntos conseguimos recuperar a nossa colega da união prematura e a devolvemos à escola”. Disse Yucera Zandamela, membro do clube da rapariga e aluna da 7ª classe, na EPC de Tchelane.
O Clube da rapariga explicou que, durante a conversa com a família do jovem, a adolescente disse que estava arrependida, que ainda tinha vontade de estudar e que só foi se unir ao namorado pela promessa de proporcioná-la melhores condições de vida.
“Foi um pouco difícil ela voltar, mas com a nossa ajuda, sensibilização e consciencialização sobre os seus direitos como criança, ela acabou se arrependendo e mais tarde veio falar connosco e demostrou arrependimento”. Explicou a Matrona e Professora, Talita, sublinhando ainda que, o clube da rapariga tem contribuído positivamente para a retenção da rapariga na escola. “Nós, matronas e professoras, não temos conseguido controlar e estar a par de tudo o que acontece com um aluno, então entre elas há essa responsabilidade de procurar saber como o outro está e onde está. Eles também já sensibilizaram muitos alunos que desistiram da escola, conversaram com eles e explicaram a importância de se formar”. Disse a fonte.
Importa referir que, em 2021, o Núcleo Acadêmico para o Desenvolvimento da Comunidade (NADEC), recuperou 3 raparigas da união prematura, resultado da revitalização dos Clubes da Rapariga. Esta história de sucesso acontece no âmbito da implementação do Projecto Justiça Fiscal para Serviços Públicos Sensíveis ao Género (GRPS) e Quebrando Barreiras (BBR), que nas suas acções foram revitalizados Clubes da Rapariga, com o objectivo de dotá-los de conhecimentos sobre o direito à educação, justiça fiscal, uniões prematuras, de modo que possam, sem nenhum medo, denunciar todos os problemas que acontecem nas comunidades.